A Associação: Grupo de Folclore e Etnográfico da Boa Nova, ao longo dos seus 50 anos de existência, esteve sempre em permanente atividade, contando com milhares de exibições folclóricas tanto na região, como a nível nacional e internacional, em representação da Região Autónoma da Madeira e do seu país.
Paralelamente aos dinamismos já explicitados, concretizou uma série de projectos (principalmente logo após a diligência empreendedora do seu novo director artístico Danilo José Fernandes, a partir de 1989), desde gravações em áudio e audiovisual; coleção de postais alusivos aos trajos regionais; investigação e publicações na área do folclore e etnografia; colóquios; Roteiro Etnográfico das Carreiras “Uma Aldeia na Cidade”; exposições etnográficas itinerantes e outras; criação do Núcleo Museológico de “Arte Popular”. Organizador da Semana Europeia de Folclore, Encontro “Danças das Espadas e Mouriscas” (neste momento inactivo), Encontro de Charambistas e Feira de Arte Popular Madeirense. Foi criado na Instituição o Grupo Musical “Memórias do Nosso Povo” e o Grupo “Dança das Espadas”. Iremos transcrever os acontecimentos mais importantes pela ordem cronológica e por conteúdo.

Publicações

Outras das grandes apostas da Instituição está na investigação e pesquisa tanto de arquivo, biblioteca ou de campo, com a finalidade de muitas delas ficarem registadas em livro. O 1.º trabalho surge em 1994 “Os Trajos de Resguardo e de Cote no Sul da Ilha no século XVIII”, Edição do INATEL/Madeira; o 2.º em 1999, -“O Folclore em Eventos Sociais entre 1850 e 1948 – factos e evidências”, o 3.º em 2001 “Danças e Bailados no Folclore Madeirense – Origens e Mitos”, Vol. I; 2.ª edição revista e aumentada, do livro “Danças e Bailados no Folclore MadeirenseOrigens e Mitos”, Vol. I, em 2003; o 4.º e 5º em 2016, – Coleção “O Trilho” – Núcleo Museológico de “Arte Popular” – Caderno N.º 1, 50 Anos – Grupo de Folclore e Etnográfico da Boa Nova e As Ferramentas do Linho e da Lã – O ADN do Povoamento Rural da Madeira; o 6.º e 7º em 2017, – Coleção “O Trilho” – Núcleo Museológico de “Arte Popular” – Caderno N.º 2, Luís da Paixão Fernandes (1915-1983); Coleção “O Trilho” – Núcleo Museológico de “Arte Popular” – Caderno N.º 3,  A Fundação INATEL e a sua Grande Importância na Cultura Popular na Região Autónoma da Madeira”. – Coleção “O Trilho” – Caderno N.º 4, Eleutério Gonçalves Martins de Nóbrega – Uma Enciclopédia Viva – Mouriscas com História. Edições do Grupo de Folclore e Etnográfico da Boa Nova e autor: Danilo José Fernandes.

Apresentações nas Diásporas

O Grupo Folclórico, em meio século de existência, esteve por cinco ocasiões nas diásporas, a convite dos seus emigrantes:Venezuela (única deslocação por via marítima), entre 12 deAgosto e 6 de Outubro de 1969. Foi a primeira representação folclórica da região em terras de Simón Bolívar. Atuaram nas cidades de Caracas, Maracay e Los Teques. Além deste país latino, exibiram-se também em Curaçau, Miami e Tenerife (“Jornal da Madeira, 19-08-77, 5”); de 31 de Julho a 9 de Agosto de 1974, viajou para aos EUA, à cidade de New Bedford, com o fim de participarem na festa do Santíssimo Sacramento (“Jornal da Madeira, 19-08-77, 5”); entre os dias 14 e 23 de Abril de 1993, foi a vez da França, num intercâmbio com o Grupo Folclórico “Os Vilhões”, atuando na vila de Cerizay e em 1998 e 2010, foram ao Canadá, no mês de Agosto, para participarem no Arraial de Nossa Sra. do Monte, em Montreal e Toronto (na primeira a convite do Sr. José Luís Rodrigues Bettencourt (“Diário de Notícias, 29-08-98, 22”) e na segunda em permuta com o Rancho Folclórico Madeirense da Casa da Madeira Community Center Canadian Madeira Club).

Cortejo da Festa da Flor

Nas edições XXIV e XXVI da Festa da Flor, aconteceu os dois primeiros cortejos alegóricos deste certame, nomeadamente: a 22 de Abril de 1979 (“Diário de Notícias, 24-04-79, 1”) e 12 de Abril de 1981 (“Jornal da Madeira, 11-04-81,”), sob a tutela da Direcção Regional de Turismo. Foi construído provavelmente as duas maiores obras em verga de vime até à atualidade, mais precisamente uma réplica da caravela “São Lourenço”, a qual esteve em exposição alguns meses no átrio da Câmara Municipal do Funchal (existe uma réplica em exposição no Café Relógio, na freguesia da Camacha), e o avião de Gago Coutinho e Sacadura Cabral respectivamente, idealizados e executados pelo Tesoureiro e Diretor Artístico da Instituição, Luís da Paixão Fernandes, coadjuvado pelos seus exímios trabalhadores, tendo desfilado com os seus arranjos florais, pelos itinerários delineados na baixa citadina, conjuntamente com os artistas da Associação (ficou por concretizar a maior obra de sempre: o comboio do Monte, para a festa da flor de 1982, devido ao falecimento do cofundador, a 14 de Janeiro, do citado ano).

Presença numa Feira dedicada à Região Autónoma da Madeira em França

Participação da Instituição na Foire – Exposition de Bressuire, de 11 a 14 de Março de 2005, dedicada à Região Autónoma da Madeira, cuja coordenação e seleção da comitiva presente (grupos culturais, bazar e artesãos), esteve a cargo do seu Diretor Artístico Danilo José Fernandes (“Jornal da Madeira, 23-02-05, 21).

Gravações Áudio

• Gravação de Long Play em vinil Stéreo na Philips em Lisboa, associado ao 75.º aniversário da empresa, no ano de 1966, pela ocasião da primeira deslocação do grupo ao continente, entre 9 de Outubro e 6 de Novembro (“Jornal da Madeira, 19-08-77, 5”); na estada do Grupo Folclórico Infantil Boa Nova na Venezuela, o mesmo gravou um LP e um single em vinil (“Jornal da Madeira, 19-08-77, 5”);

• A 24 de Janeiro de 1977, foi posto à venda o 3.º LP em vinil do grupo, da responsabilidade da “MoviePlay” e gravado nos escritórios de Carlos Jardim, no Funchal (“Jornal da Madeira, 23-01-77, 5”);

• “Memórias de Um Povo”, o nome do CD apresentado no dia 26 de Novembro de 1995, com um espectáculo no Auditório do Jardim Municipal (“Diário de Notícias 28-11-95, 24”);

• Apresentação de um novo CD no Salão Nobre do Teatro Municipal, no dia 16/07/1997, intitulado “Fado” (“Diário de Notícias, 18-07-97, 20”);

• Em 2005, o grupo lançou um CD de 12 temas – compilação de alguns temas das gravações de 1966, 1977, 1995 e 1997 – com o nome “40 Anos de Folclore”, projectado nas Comemorações dos 40 anos da Instituição;

• Lançado em CD o “CHARAMBA – IV Encontro de Charambista, 2008”, no Auditório do Centro Cívico de Santa Maria Maior, no dia 28 de Novembro de 2009 (“Diário de Notícias, 29-11-09, 35“);

• “Cantigas da Moda”, foi o último CD da Instituição Apresentado no dia 9 de Agosto de 2013, no Auditório do Centro Cívico de Santa Maria Maior. Com este ato deu-se o início das Comemorações dos 50 Anos da Associação (“Diário de Notícias, 10-08-13, 22”).

Espetáculos

O grupo realizou quatro espectáculos no Teatro Municipal Baltazar Dias. O 1.º remonta ao ano de 1990, na Comemoração das “Bodas de Prata” da Associação; o 2.º em 1991, com quatro temas alusivas aos “Usos e Costumes do Nosso Povo”; o 3.º em 1992, dedicado ao “Mar e Arraial Madeirense,” e finalmente, o 4.º em 1993, dedicado ao “Folclore do Vinho e Festas e Romarias”.

Roteiro Etnográfico

Foi um projeto que envolveu uma equipa de trabalho ligada à Instituição, incluindo o levantamento etnográfico da zona, da alçada do seu Diretor Artístico e com a colaboração da Câmara Municipal do Funchal no que diz respeito a colocação das placas sinaléticas e da tiragem do desdobrável. O mesmo foi inaugurado em 14 de Julho de 1995, com o nome Roteiro da Carreiras “Uma Aldeia na Cidade” (“Jornal da Madeira, 15-07-95, 10-11”).

Colecção de Postais da Instituição Alusivos aos Trajos Regionais

O Grupo de Folclore e Etnográfico da Boa Nova apresentou no Salão Nobre da Câmara do Funchal, no dia 5 de Março de 1996, uma colecção de oito postais alusivos ao tema “Trajos Típicos da Madeira”, os locais escolhidos para os retratar foram na “Quinta do Alto” e no Roteiro das Carreiras “Uma Aldeia na Cidade” (“Jornal da Madeira, 6-03-96, 12”).

Gravações Audiovisuais

Foi gravado em videocassete durante o ano de 1997 um documentário sobre o Roteiro das Carreias “Uma Aldeia na Cidade”, com o objetivo de divulgar aquela zona etnográfica. A gravação foi da competência: A. G. Vídeo – Produções Audiovisuais, Lda. Este registo foi apresentado ao público no mês de Agosto de 1998, na Casa da Madeira Community Center – Canadian Madeira Club, em Toronto (“Diário de Notícias, 29-08-98, 22”). Em 2004, o grupo faz uma filmagem em videocassete (posteriormente em DVD), inserido na coleção de vídeos “Folclore Português”, editada pela companhia Filma e Vê, em representação da Ilha da Madeira.

Colóquios

A Associação realizou seis Colóquios todos relacionados com o Folclore e Etnografia, tanto da região como do exterior: o 1.º a 7 de Julho de 1992, cujo tema foi: “O Baile e as Romarias”, no salão Paroquial do Sagrado Coração de Jesus (Boa Nova) (“Jornal da Madeira, 18-07-92, 9“); o 2.º a 26 de Fevereiro de 1994, abordando “Os Trajos de Resguardo e de Cote no sul da ilha, no século XVIII”, no Auditório da Secretaria Regional da Economia (“Jornal da Madeira, 27-02-94, 4); o 3.º a 26 de Junho de 1999, desta feita “O Folclore em Eventos Sociais entre 1850 e 1948 – factos e evidências”, no auditório da RDP Madeira (“Diário de Notícias, 28-06-99, 22”); o 4.º a 30 de Junho de 2000, intitulado “A Dança das Espadas”, no Salão Nobre da Câmara Municipal da Ribeira Brava (“Jornal da Madeira, 27-06-00,11”); o 5.º em Novembro de 2001, denominado “Dança Mourisca de Santana”, na Casa do Povo de Santana; o 6.º a 12 de Julho de 2007, pela ocasião do II Encontro “Danças das Espadas e Mouriscas”, no Auditório do Centro Cívico de Santa Maria Maior (“Diário da Cidade, 11-07-07, 16”) e o 7.º a 27 de Junho de 2015, denominado “50 Anos do Grupo de Folclore e Etnográfico da Boa Nova”, no âmbito das comemorações da efeméride, no Auditório do Centro Cívico de Santa Maria Maior (“Diário de Notícias, 28-06-15, 31”).

Exposições Etnográficas

A Coletividade teve a seu cargo duas exposições anuais, mais precisamente em Setembro, na Festa do Vinho Madeira (1993-2000), dedicado ao “Folclore do Vinho” e em Dezembro, no programa da Festa de Fim-de-ano (1993-1997), alusivos: “Exposição Etnográfica”, “Arraial Madeirense” e “Amostra de Artesanato” (ações culturais que faziam parte dos programas de animação da Direcção Regional de Turismo).

Além desses eventos a Associação criou amostras, no seu espaço físico e itinerantes, com temáticas respeitantes às artes e ofícios do quotidiano madeirense. Inaugurou, na antiga sede provisória, a 1.ª exposição etnográfica, no dia 20 de Novembro de 1996.

No ano seguinte, a 25 de Março, patenteou no mesmo local uma mostra denominada: “Gaiolas, Armadilhas e Tramelas”. A mesma esteve exposta nas Casas da Cultura de São Vicente e Calheta; no Salão Paroquial da Ponta do Pargo; Centro de Férias do INATEL no Santo da Serra e na casa de Colombo no Porto Santo.

O Átrio da Câmara Municipal do Funchal foi palco de outra amostra cuja temática: “Artesanato e Brinquedos Tradicionais”, estreada no dia 8 de Maio de 1998. O primeiro tema baseou-se essencialmente sobre a Tanoaria e o segundo, concernente aos brinquedos tradicionais, que foram os casos de joeiras e carros de madeira. Foi novamente itinerante na Casa da Cultura em São Vicente; na Casa do Povo em Santa Cruz e na Capela de Santo António, Ponta do Sol.

O Centro Cívico e de Animação Cultura Edmundo de Bettencourt, foi outra aposta da Instituição para este tipo de exposições, inaugurada no 17 de Novembro de 1999, com o tópico: “Instrumentos Tradicionais”. Este evento englobou 60 instrumentos musicais e 33 fotografias. No princípio do ano de 2000, esta mostra esteve patente no Salão Nobre da Câmara Municipal da Ribeira Brava, na Capela de Santo António, Ponta do Sol e no Salão Nobre da Câmara Municipal do Porto Santo (de 14 a 30 de Julho).

No ano seguinte, nos meses de Maio e Junho, o grupo realizou mais uma amostra etnográfica intitulada: “Recordações da Madeira e Porto Santo”
exposta primeiramente na e Capela de Santo António, Ponta do Sol,
“Exposição integrada nas festividades dos 500 anos”, inaugurada no dia 4/05/01 (“Notícias da Madeira, 4-05-01, 9”) e posteriormente na Casa da Cultura de São Vicente.

Agostinho Sabino de Freitas Menezes (1903-1983), pela ocasião da Comemoração do 1.º Centenário do seu Nascimento. Ficou patente ao público uma pequena coleção de cordofones manufaturados pelo homenageado, na extinta sede provisória da Instituição.

Finalmente, entre 4 a 9 de Junho de 2004, foi exposta na Galeria do Turismo um conjunto de trabalhos em verga de giesta, da artesã Antonieta Salomé Rodrigues Nóbrega (1926-2009), denominado: “Manufacturas em Giesta (Mãos de Ouro)”.

Grupos

“Memórias do Nosso Povo” – com o fim de valorizar a parte instrumental e vocal, pertença ao grupo de folclore, foi criado no seio da Associação este agrupamento musical, atuando pela 1.ª vez a 18 de Abril de 1993, na II Mostra da Cana-de-açúcar, na Calheta, integrado na animação musical a cargo do INATEL (“Jornal da Madeira, 18-04-1993, 19”).

“Danças das Espadas” – Foi um distinto projeto da Instituição em restituir uma avoenga dança, com uma grande afinidade ao Arraial de São Pedro na Ribeira Brava, depois de uma morosa pesquisa, narrada no livro “Danças e Bailados no Folclore Madeirense – Origens e Mitos”, Vol., da autoria do seu Diretor Artístico e apresentada pela 1.ª vez no dia 29 de Junho de 2000, no átrio da igreja matriz da vila da Ribeira Brava, aquando da supracitada solenidade. Desde essa data é presença assídua na procissão e festa de São Pedro na Ribeira Brava, e, da execução da dança, no adro da citada igreja, único local onde é anualmente executada por este grupo.

Eventos

Semana Europeia de Folclore – festival de folclore de âmbito internacional, que se realiza todos os anos na cidade do Funchal, no Auditório do Jardim Municipal, da responsabilidade da Instituição e sob a tutela da Direção Regional de Turismo – inserido na Festa das Vindimas. A estreia foi no ano de 2004 e que celebrou a sua XIII Edição. Em todas as edições têm sido homenageadas personalidades e entidades que, pelo seu trabalho, têm contribuído para a promoção, manutenção, enriquecimento e propagação da cultura e tradições madeirenses, tendo já sido homenageadas 28 personalidade e algumas entidades até à presente data.

Encontro Danças das Espadas e Mouriscas – realizou-se apenas três eventos, o 1.º no dia 29 de Junho de 2006, no adro da igreja matriz, na Vila da Ribeira Brava, o 2.º no Forte de São Tiago de 13 a 15 de Julho de 2007 e o 3.º no Núcleo Histórica de Santa Maria Maior, 27 e 28 de Junho de 2008.

Encontro de Charambistas – esta ação tem como finalidade juntar os poucos charambistas conhecedores desta avoenga melódica, conviver e transmitir aos aficionados, momentos nostálgicos! O 1.º certame foi em 2005 e acontece no último fim-de-semana de Setembro, salvo raras excepções. Conta já com a sua 9.ª Edição.

Feira

Feira de Arte Popular Madeirense– outra iniciativa da Associação, teve como principal objectivo divulgar e comercializar o artesanato regional. Foi inaugurado a 29 de Março de 2008 e ocorre, desde essa data, no segundo e último Sábado de cada mês, no “Larguinho da Feira”, ao lado do Mercado dos Lavradores.

Artesanato

Manufaturação de Carapuças “Típicas da Madeira” – com o objetivo de manter este artesanato tradicional da freguesia de Santa Maria Maior, a nossa Instituição através do seu Núcleo Museológico, elaborou um projeto com a colaboração da Direção de Serviços de Desenvolvimento Rural os quais ministraram uma ação de formação de “Carapuças Típicas da Madeira” e que decorreu entre os dias 21 de Janeiro e 11 de Fevereiro, de 2013, num total de 12 horas, finalizando a ação de formação 5 formandas.

Além de constituir uma mais-valia na manutenção deste artefato emblemático da região, com toda a sua autenticidade, é também um dos quadros vivos do nosso espaço museológico.