Dobadoura ou Dobadoira

Ficha Técnica

"O fio das meadas, quer se destine à urdidura da teia, quer à tecelagem, necessitava ser alinhado em novelos. Esse alinhamento é obtido através dum aparelho denominado: dobadoura ou dobadoira.

Na Madeira este utensílio tem o seguinte formato:

Possui quatro braços em cruz (cruzetas) duplos e paralelos, dispostos horizontalmente - sendo o debaixo maior do que o de cima- (distanciados entre 37 a 52 cm) ligados por quatro pequenos apoios verticais (prumos) de pau ou de canavieira onde se disporá a meada aberta -, com eixo perpendicular (de pau ou de ferro) fixo a um cepo, com concavidade num dos lados para fixar o novelodobado ou em género de tabuleiro.

Depois de sarilhado e corado, a meada é colocada na dobadoura ou dobadoira. Desata-se o costado ou cabristilhe, pega-se na ponta e começa-se a enrolar o fio num canudo de canavieira - com cerca de 15 cm de comprimento, por dois de espessura (pouco mais ou menos) – o qual constitui o núcleo central do novelo - o filamento ocupa somente parte do espaço do objeto (metade sensivelmente) e, depois de estar bem repleto, o canudo é retirado do interior do rolo e continua-se a enrola-lo até acabar a meada. O novelo fica todo ele preenchido em forma de uma bola uniforme."

 

FERNANDES, Danilo José,

As Ferramentas do Linho e da Lã – O ADN do Povoamento Rural da Madeira

Edição Grupo de Folclore e Etnográfico da Boa Nova, 2016

pp.70-71